domingo, 18 de julho de 2010

O Poder da Mídia

Não existe tema melhor a ser discutido do que influência da mídia para mim, que pretendo ser estudante de Publicidade e Propaganda. Diria que não é apenas influência, é também manipulação. Sabem aquelas pessoas metidas a anticapitalistas que picham os muros com a logo da Rede Globo e a frase “Manipulação. A gente se vê por aqui.”? É por aí mesmo. A manipulação que a mídia de massa exerce nas pessoas é algo que acho incrível! A mídia tem o poder de influenciar as pessoas de tal forma que formem uma opinião, mudem de opinião e gosto, sintam necessidades de consumo antes não existentes, criem novos hábitos de consumo e até inventem alguma coisa devido ao mal entendimento. Com apenas algumas palavras e/ou imagens, é possível mudar costumes, ideias, ideais, opiniões, gostos, consumos, atos, focos, tudo. Sim, a mídia é maléfica e quer nos manipular o tempo todo, todos os dias de nossas vidas.




Vejamos o caso do falecimento do Michael Jackson. Quando ele era vivo, eu só tinha 3 amigos que gostavam da música dele. Agora que ele morreu, já ouvi de alguns que viraram fãs depois que ele morreu, quer dizer, só porque ele morreu. Se ele ainda estivesse vivo, quando fosse comemorado mais um aniversário do lançamento do Thriller, se fossem feitas algumas homenagens a ele, todas essas pessoas iam olhar e falar “hum, legal, e daí?”. Porém, como a mídia está armando um circo fortemente emocional em torno de sua morte (vejam as pessoas sentem-se emocionadas com o fato, ainda mais tocando todas aquelas músicas mais lentas, lindas e melodiosas ao fundo de cada homenagem e mostrando fotos de sua carreira e de sua família.

A imagem do Michael Jackson sempre foi tão forte que ele revolucionou não só o mundo artístico como também o mundo midiático e do consumo. Para quem não sabe, a Pepsi vende mais que a Coca-Cola nos EUA, e isso começou a acontecer quando a empresa lançou este comercial com o MJ como estrela. Com o slogan The choice of a new generation (A escolha de uma a nova geração), a Pepsi quis insinuar aos consumidores que a Pepsi é o refrigerante da nova geração e que Coca-Cola é para pessoas mais velhas, seus pais e avós. Afinal, crianças, pré-adolescentes e adolescentes adoram contrariar a família e não querem consumir as mesmas coisas que eles. Foi gravando esse comercial que o MJ queimou o cabelo e sua vida começou a degringolar por causa do vício em analgésicos. A Pepsi prosperou e ganhou a concorrência com a Coca-Cola, que permanece até hoje, e o MJ se ferrou (mas deve ter ganhado uma bolada enorme para não haver processo né).

Novelas. As novelas são fortíssimas formadoras de opinião e de novos hábitos na população. Na época em que O Clone estava sendo exibida, surgiu a moda das pulseiras-aneis, do veu (mesmo não fazendo parte da nossa tradição e não sendo usado igual a no Marrocos), de bijouterias douradas (por causa do “Muito ouro! Inch Allah!”) e da dança do ventre – houve uma explosão de mulheres fazendo aulas. A pouco tempo atrás, a moda é usar bijouterias à moda indiana (até o bindi já vi sendo vendido), ouvir música indiana, falar hare baba e tic, e daqui a pouco as pessoas começarão a procurar academias de dança indiana. Tudo por causa de Caminho das Índias.

A influência da mídia através da televisão ainda é a mais forte, apesar da internet já ter avançado bastante. A população vê as pessoas famosas e quer imitá-las, pois, em sua mentalidade, elas são um modelo de beleza e felicidade. É por isso que artistas sempre são utilizados em peças publicitárias, e também nas novelas através de product placement (conhecido como merchandising aqui no Brasil), para dar credibilidade ao produto e incentivar ainda mais o consumidor a comprar tal produto. E a população, burra, cai. A população é burra no sentido de ser cega para as segundas e terceiras intenções da mídia sobre ela; ela não percebe que é influenciada e manipulada pela mesma.

A mídia quer influenciar e manipular as pessoas, inserir-lhes novos hábitos de consumo e modos de pensar para que a sociedade continue como está – sempre mais e mais consumista e ligada à estética. Somos mais influenciados por marcas que por ideais construtivos, nos rendemos ao que a mídia quer que sejamos e o somos, ou facilmente nos transformamos. Tudo por causa da aceitação social criada, também, pela mídia. Resumindo, o que a mídia quer é ver o circo pegar cada vez mais fogo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário